Em vigor desde 29 de maio a ABNT NBR 6118 - Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimento, publicada pela em abril, a norma trata de projetos de concreto simples, armado e protendido. A mesma substituiu a versão de 2007 e recebeu uma errata em agosto de 2014.
A principal mudança ocorrida no conteúdo da norma foi a introdução do concreto de resistência acima de 50 MPa, a qual era utilizada em obras especificas, mas não possuía texto normativo, na versão atual há especificações para o concreto de resistência de 55 MPa a 90 MPa.
A norma acarretara um grande impacto ao setor, pois o tema abrange um sistema que pode representar 20% do custo total de uma obra.
O trabalho de atualização da norma foi reconhecido pela International Organization for Standardization (ISO) pelo atendimento às exigências internacionais, se tornando uma norma técnica que pode ser utilizada em qualquer local do mundo. O novo texto foi reconhecido no dia 28 de outubro durante reunião em Seul, na Coreia.
Outra mudança se refere á durabilidade, onde a foi introduzido quatro classes de agressividade ambiental (CAA), relacionadas às ações físicas e químicas que atuam sobre os elementos de concreto, independentemente das ações mecânicas, das variações térmicas e da retração hidráulica previstas no dimensionamento das estruturas. Isto vem ao encontro aos requisitos de vida útil do sistema.
A norma determina que os cobrimentos mínimos para proteção das armaduras, definidos em função das condições de exposição da estrutura a intempéries. Por isso, nas regiões da orla marítima os impactos deverão ser maiores. Enquanto o antigo código exigia o cobrimento de armaduras entre 1,5 e 2 cm, o novo documento determina o uso de espessuras entre 3 e 4 cm para essas regiões. Em nenhuma situação, o cobrimento nominal poderá ser menor que o diâmetro da barra e, uma vez especificado seu valor, deve-se garantir que a dimensão máxima do agregado graúdo utilizado não supere 83% da espessura nominal do cobrimento. "Sobre a durabilidade, a norma de 1978 era omissa em muitos aspectos. Ao contrário da atual, que não se furtou a dar informações e diretrizes.
Outro ponto modificado diz respeito ao controle de fissuras, realizado pela limitação da abertura estimada, apesar de não haver alteração na metodologia para o cálculo, ao contrário dos valores máximos admissíveis para abertura de fissuras, que também passam a ser escalonados conforme a agressividade do ambiente. Com isso, alguns Índices foram abrandados. Por exemplo: enquanto a antiga norma exigia abertura máxima de fissura de 0,2 mm para peças não protegidas em meio não agressivo e 0,3 mm para peças protegidas, a ABNT NBR 6118/2003 permite para baixa agressividade abertura máxima de 0,4mm.
Foram estabelecidas, ainda, diferentes categorias para determinação de deslocamentos admissíveis em vigas e lajes.
Dessa forma, foram fixados limites específicos para efeitos em elementos não-estruturais, como alvenarias, revestimentos e caixilhos. Esse é considerado um dos grandes avanços da norma, que deixa de se limitar aos elementos isoladamente para considerar a estrutura como um todo, inclusive suas interações com elementos não-estruturais da edificação.
Além disso, pela primeira vez foi introduzido o conceito de qualidade das estruturas de concreto.
Em havendo uma exigência de resistências mais elevadas e de concreto mais compacto implica em um aumento de custo, já que a quantidade de cimento na mistura deve ser mais elevada, mas eleva a segurança e durabilidade.
No caso de estruturas em áreas consideradas de alta agressividade ambiental, o impacto será maior, mas se pensarmos na vida útil do sistema, e com diminuição de manutenções o custo ao longo do tempo será menor.