ISO 14000 versão 2015


ISO 14000 é uma série de normas de gestão ambiental desenvolvidas e publicadas pela International Organization for Standardization (ISO), a organização internacional de normalização. Elas podem ser utilizadas pelas organizações (públicas e privadas) de todo o mundo.


Este conjunto de normas fornece uma orientação ou estrutura para as organizações que querem e precisam sistematizar e melhorar os seus esforços de gestão ambiental. Também é importante saber que as normas ISO 14000 não são projetadas para ajudar na aplicação das leis ambientais e não regulam as atividades ambientais das empresas.


Ou seja, a adesão da ISO 14000 é voluntária. Contudo, ela é importante para demonstrar que as empresas se encaixam nos padrões internacionais de respeito e colaboração para o equilíbrio do meio ambiente.


Portanto, uma empresa que seja certificada ISO 14000 é comprometida com a sustentabilidade ambiental, certo? No artigo de hoje, descubra, além de sua imagem corporativa associada à sustentabilidade, uma série de benefícios da ISO 14000!


Quais são as normas do ISO 14000?

No Brasil, a certificação ISO 14000 é mantida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por isso, ela é formalmente denominada de ABNT NBR ISO 14000. Veja, em detalhes, o que é avaliado para uma empresa receber a certificação:

·       Auditorias ambientais — verificar se a empresa respeita a legislação vigente referente ao meio ambiente;

·       Avaliação de desempenho ambiental — verificações periódicas para ver se a empresa mantém suas práticas de respeito ao meio ambiente;

·       Rotulagem ambiental — avalia se a empresa demonstra sua preocupação e ações com o meio ambiente em suas comunicações (sobretudo rótulos de produtos);

·       Análise o ciclo de vida dos produtos — verificações se o ciclo de vida dos produtos (da extração da matéria prima até a finalização, passando pelo processo produtivo) é comprometido com a sustentabilidade ambiental.


Quais são os comprometimentos de uma empresa certificada?

Além de se comprometer em cumprir a legislação ambiental do Brasil, as empresas brasileiras que querem ser certificadas ISO 14000 devem engajar seus colaboradores para seguirem estas normas. Isso requer uma série de treinamentos orientados pela ISO e ajuda as empresas a identificarem e a buscarem soluções para possíveis problemas relacionados ao meio ambiente, o que aumenta a consciêcia e diminui os impactos ambientais.


Quais são os benefícios da certificação ISO 14000?

Além de gerar uma consciência global e melhorar a forma com que as empresas de todo o mundo lidam com a sustentabilidade ambiental, é possível destacar dois grandes benefícios individuais. São eles:


Reputação da marca

Consumidores estão mais exigentes quanto à procedência dos produtos e dos serviços que consomem, especialmente no que tange ao meio ambiente. Portanto, uma empresa certificada tem a imagem de estar comprometida com a natureza e pode elevar a sua reputação perante os clientes.


Redução de custos

Ao se adequar à ISO 14000 as empresas diminuem seus custos com matérias-primas (devidamente registradas e com boa procedência), além de diminuirem gastos com descartes de resíduos — sobretudo na indústria de manufatura. Evitando possíveis sansões e multas dos órgãos reguladores do governo.


A norma ISO 14001, devido a sua grande popularidade e aplicabilidade*, foi atualizada em 2015 em conformidade com a ISO Survey de 2012, existem cerca de 267.000 empresas certificadas ISO 14001 no mundo.


Desta forma, a estrutura da norma passará a ser:

  1. Escopo;
  2. Referências Normativas;
  3. Termos e Definições;
  4. Contexto da Organização;
  5. Liderança;
  6. Planejamento;
  7. Suporte;
  8. Operação;
  9. Avaliação do Desempenho;
  10. Melhoria

  • O “Ciclo PDCA” continua válido, numa apresentação gráfica alternativa. Vide abaixo. 


context-of-the-organization

  • O termo “partes interessadas” passa a ter um conceito ampliado. As partes interessadas devem ser determinadas pela organização. Parte interessada: pessoa ou organização que pode afetar, ser afetada por, ou perceber ser afetada (clientes, comunidade, fornecedores, reguladores, investidores, empregados, etc…). Especial atenção deve ser dada aos dizeres “perceber ser afetada”.


  • Riscos e oportunidades: a organização deve determinar seus aspectos ambientais significativos e seus riscos e oportunidades. O sistema de gestão ambiental deve considerar os mesmos. Apesar de não requerido explicitamente, uma boa prática é a elaboração de um “SWOT Ambiental”. Devem ser estabelecidos critérios para a determinação dos riscos e oportunidades. Risco: efeito de incerteza.


  • Ciclo de vida: a organização deve identificar aspectos e impactos ambientais associados com a perspectiva do ciclo de vida. A princípio, não será requerida uma avaliação detalhada do ciclo de vida. Ciclo de vida: estágios consecutivos e interligados de um sistema de produção, da aquisição ou geração de materiais, a partir de recursos naturais até a disposição final. Este requisito torna a avaliação dos aspectos e impactos mais abrangente que a atual e resultará num sistema de gestão ambiental mais robusto.


  • Controle da cadeia de valor: a organização deve considerar os processos da cadeia de valor relacionados aos aspectos ambientais significativos e riscos e oportunidades organizacionais. Deve-se levar em conta a perspectiva do ciclo de vida. Cadeia de valor: sequencia interativa de atividades ou partes que provêm ou recebem valor na forma de produtos ou serviços. Mais uma alteração que deverá resultar num sistema de gestão ambiental mais robusto. 


  • Foi enfatizada a necessidade de ter compromisso com o desenvolvimento sustentado.


  • Indicadores: a organização deve definir indicadores ambientais para avaliar e demonstrar o atendimento a cada objetivo ambiental. Deve ainda monitorar o progresso em relação aos objetivos ambientais da organização. Indicador: representação mensurável de condição ou estado de operações, gestão ou condições. As informações devem ser transparentes e disponíveis.


  • O termo “melhoria contínua” será substituído por “melhoria”. É enfatizado o foco na melhoria do desempenho ambiental.


  • As ações preventivas continuam sendo necessárias, apesar deste termo não ser mais utilizado. Importante: o que a versão 2015 da norma pretende é reforçar o conceito de ação preventiva como uma forma de eliminar ou mitigar riscos. As alterações propostas indicam que utilizaremos um “FMEA Ambiental” cada vez mais rigoroso.

  • Os termos “documento” e “registro” passam a se denominados “informação documentada”. Esta alteração elimina a habitual confusão sobre o que é registro, o que é documento; atualmente, um registro é um documento, mas a reciproca não é verdadeira. Essa situação costuma causar stress em auditorias. 


  • Alta Direção passa a ter um envolvimento ainda maior, necessitando entender os aspectos e impactos ambientais de sua organização e levando os mesmos em consideração na gestão da organização. 


Sua empresa já é certificada ou está trabalhando para alcançar o ISO 14000? Você tem mais alguma dúvida? Entre em contato!